Pai de jovem morto em ação da PM em Manaus nega envolvimento com drogas: 'Acordava às 5h para trabalhar'

  • 13/11/2025
MP investiga suspeita de execução de jovem morto após abordagem da PM em Manaus "Acordava 5h para trabalhar comigo". Esta é a lembrança do pai de João Paulo Maciel, de 19 anos, morto em ação da Polícia Militar em Manaus, em outubro. Ele afirmou que o filho ajudava no trabalho desde os 12 anos e negou qualquer envolvimento com o tráfico de drogas. Segundo informações da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), os policiais foram ao beco Arthur Virgilio, no bairro Vila da Prata, após uma denúncia anônima sobre a venda de entorpecentes por criminosos armados. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Os militares afirmaram terem sido recebidos a tiros pelos traficantes, que fugiram pelos quintais das residências, e revidaram o ataque. O caso ganhou repercussão após um vídeo feito por um morador registrar o momento em que um suspeito é abordado e levado a um beco por policiais. Minutos depois, os agentes saem do local carregando um corpo. Familiares alegam que é João Paulo quem aparece nas imagens. Ao g1, Fernando Marques dos Santos contou como era a rotina com João Paulo, que trabalhava com ele como ajudante de pedreiro. “Acordava às 5 da manhã para sair comigo para trabalhar. Ele e o irmão gêmeo sempre me ajudaram. Ele também afirmou que o filho gostava de ir ao local onde foi morto com os amigos para conversar e jogar jogos online. "Nesse dia, ele saiu comigo, chegou em casa, tomou banho e disse: ‘Pai, vou ali jogar e já volto’. Nunca mais voltou", revelou. João Paulo Maciel, de 19 anos, morto em ação da PM Amazonas Divulgação Segundo o pai, João Paulo não tinha qualquer envolvimento com o tráfico de drogas ou posse de arma. Ele contestou a versão oficial da PM e afirmou que o filho era inocente, trabalhador e muito querido na comunidade. Meu filho era um menino querido lá no bairro, lá no beco, quem quiser que for lá pode perguntar quem era o João Paulo, que era o meu filho. Não é à toa que eu fiz aquela manifestação todinha lá, nós fizemos, a população fez. Se meu filho estivesse errado, eu não ia atrás de justiça não", destacou Fernando Marques. Em nota, a Polícia Militar informou que instaurou procedimento para apurar a atuação de seus agentes no dia seguinte ao registro da ocorrência, e que a investigação segue em andamento. “Em caso de comprovação de irregularidade em procedimento policial, os agentes serão responsabilizados”, destacou a nota. A PM esclareceu, ainda, que a ação envolvendo equipes das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) ocorreu após denúncia anônima sobre movimentação de tráfico de drogas, na noite do dia 28 de outubro, no Beco Arthur Virgílio, bairro Vila da Prata, zona oeste de Manaus. “Os policiais se dirigiram ao local e foram recebidos a tiros, revidando o ataque. Na ação foram apreendidas munições deflagradas, uma arma de fogo e porções de entorpecentes”, informou a corporação. LEIA TAMBÉM Mãe de jovem morto no Natal relembra planos do filho para cuidar dela no interior do AM: 'Nunca me abandonou' Ações policiais mais letais no AM deixaram 60 mortos em 10 anos; relembre O caso Ação da PM contra tráfico de drogas deixa um morto na Zona Oeste de Manaus ➡️Segundo informações da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), os policiais foram ao beco após uma denúncia anônima sobre a venda de entorpecentes por criminosos armados. Os policias solicitaram apoio e iniciaram uma perseguição. Ao entrarem em uma passagem na lateral de uma residência, os policiais afirmaram terem sido atacados a tiros. Entretanto, moradores e testemunhas contestam a versão da polícia. No vídeo gravado por uma testemunha, é possível ver os agentes abordando um homem sem camisa. O suspeito leva as mãos a cabeça e é revistado sem demonstrar reação. Em seguida, ao menos um policial aparece levando o homem para a passagem lateral de uma residência enquanto um grupo com cerca de seis policiais permanece no local da abordagem. Pouco tempo depois, outros dois agentes entraram na mesma passagem lateral caminhando e logo saem do local carregando um corpo. Revolta da população Mãe da vítima e outros parentes pediram por Justiça durante a manifestação Bruna Pinheiro/Divulgação Um dia após a morte, familiares e amigos realizaram uma manifestação na Avenida Brasil, no bairro Compensa, Zona Oeste. Durante o protesto, os manifestantes levaram cartazes e gritaram por Justiça, atearam fogo a restos de lixo, madeira e pneus e bloquearam a Avenida Brasil. O trânsito na região ficou totalmente bloqueado enquanto a Polícia Militar chegava com reforço para conter os manifestantes. Tiros de balas de borracha chegaram a ser disparados para dispersar a multidão. A mãe da vítima, Jeciara Maciel, participou da manifestação e questionou a morte do filho, além de exigir Justiça. "Mataram meu filho, hoje o enterrei. Pegaram meu filho, ele já estava rendido. Levaram ele para baixo de uma casa. Executaram meu filho. Ele desceu com vida e voltou sem vida. Eu quero Justiça pela vida do meu filho", disse. Na ocasião, o Secretário de Segurança Pública, Coronel Vinicius Almeida, informou que estava deslocando o efetivo de segurança pública para encerrar uma manifestação em homenagem a um traficante de Manaus morto na megaoperação no Rio de Janeiro. A defesa família do jovem contesta essa versão, e diz que o ato foi um pedido legítimo de justiça e que a resposta do Estado foi desproporcional e violenta. “Foi uma manifestação pacífica, com moradores locais segurando cartazes. Não houve tumulto, não houve vandalismo. Tinha criança no local, e a polícia chegou atirando sem saber em quem. Foi uma ação hostil e excessiva”, disse a advogada Thayane Costa. Família de jovem morto em ação da PM protesta em avenida de Manaus

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/11/13/pai-de-jovem-morto-em-acao-da-pm-em-manaus-nega-envolvimento-com-drogas-acordava-as-5h-para-trabalhar.ghtml


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