Prefeitura de Mongaguá confirma intoxicação por metanol em adolescente internada em estado grave
14/10/2025
(Foto: Reprodução) O que acontece no corpo nas primeiras 12, 24 e 48 horas após beber metanol
A Prefeitura de Mongaguá, no litoral de São Paulo, confirmou que a adolescente de 16 anos, que está internada em estado grave, foi intoxicada por metanol. A administração municipal divulgou a informação nesta terça-feira (14), explicando que a confirmação foi feita a partir de critérios clínicos em conjunto com o resultado positivo para a presença da substância em um exame de urina.
Segundo o município, a menina deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade na manhã de 28 de setembro e, devido à gravidade do quadro, precisou ser transferida à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Itanhaém (SP).
🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.
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Segundo a prefeitura, a paciente permanece na UTI, em estado grave, com prognóstico reservado, necessitando de cuidados intensivos. A Secretaria Municipal de Saúde continua a acompanhar o quadro da adolescente.
Anteriormente, a administração municipal chegou a descartar o caso, mas a evolução clínica da paciente fez com que a investigação fosse reaberta com a solicitação de um novo exame. Mesmo quando o caso estava em análise, o antídoto específico foi requisitado à unidade de saúde.
O g1 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), em busca de mais informações, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
🔍O etanol farmacêutico age como antídoto, pois impede que o metanol seja convertido em ácido fórmico, uma substância ainda mais perigosa.
Hospital Regional Jorge Rossmann, em Itanhaém, no litoral de São Paulo
Divulgação/Instituto Sócrates Guanaes
Balanço do Estado
Conforme o balanço da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) atualizado na noite desta terça-feira (14), a Baixada Santista soma cinco casos descartados e três casos suspeitos de intoxicação por metanol em investigação.
Os casos descartados foram registrados em Cubatão (1), Mongaguá (2), Praia Grande (1) e São Vicente (1). Já os suspeitos em investigação: Praia Grande (1), Santos (1) e São Vicente (1).
O g1 entrou em contato com as prefeituras mencionadas acima para um posicionamento e aguarda um retorno.
Intoxicação por metanol
A intoxicação por metanol a partir do consumo de bebidas alcoólicas batizadas — como gin, vodca e whisky — já provocou casos de internação grave, perda de visão e até morte no Brasil nas últimas semanas.
Em casos de intoxicação por metanol, os sintomas iniciais incluem náuseas, vômitos, dor de cabeça e tontura. Outro sinal importante é a presença de alterações visuais, como visão turva ou perda parcial da visão.
A Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo recomenda que o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve procurar atendimento médico imediato, realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica.
Entre 8 e 24 horas após a ingestão, pode ocorrer acidose metabólica grave -- condição crítica que pode levar ao coma e à morte se não houver intervenção rápida com o antídoto adequado. O socorro em até seis horas após o início das manifestações é fundamental para evitar o agravamento.
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
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