Banco suspeito de lavar dinheiro para o PCC prejudica milhares de servidores na hora de usar auxílio alimentação

  • 13/09/2025
(Foto: Reprodução)
Banco suspeito de lavar dinheiro para o PCC prejudica milhares de servidores na hora de usar auxílio alimentação Reprodução A infiltração do crime organizado em parte do sistema financeiro está prejudicando milhares de brasileiros. Funcionários de dezenas de cidades não estão conseguindo usar o cartão do auxílio alimentação de um banco investigado no esquema de lavagem de dinheiro para o PCC. Pelo menos cinco supermercados de Campo Mourão, no Paraná, colocaram esses avisos no começo do mês. Não aceitam mais o auxílio alimentação do BK Bank O único motivo divulgado, uma instabilidade. Os comerciantes tomaram essa decisão depois de a instituição financeira ter sido alvo de busca e apreensão por suspeita de envolvimento com o PCC. A prefeitura da cidade paga o auxílio para 3 mil servidores por meio do BK Bank. A presidente do sindicato da categoria conta que muita gente já não conseguiu usar o benefício um dia depois da operação do Ministério Público e da Polícia Federal, no fim de agosto. A prefeitura de Campo Mourão afirmou que vai compensar os funcionários. Em Uberaba, Minas Gerais, situação parecida. Segundo a associação que representa os mercados da cidade, 15 empresas entraram na justiça para receber o que o BK Bank deve a elas. A Liliane, que é dona de um restaurante, parou de aceitar o cartão do BK Bank porque a instituição não repassou 4 mil reais que ela tem a receber. "Eles mandaram uma mensagem que estavam tendo um problema, que dentro de 24 horas entrava em contato com a gente. Porém, não aconteceu e eu não consegui mais acesso e depois veio a tona tudo que eles não pagaram a cidade toda, né?" 40% dos clientes da Liliane são servidores municipais que até agosto recebiam o benefício pelo BK Bank. A prefeitura e a instituição de pagamento já tinham encerrado o contrato antes mesmo da operação contra o PCC. Mas muitos servidores ainda tem créditos acumulados. O Carlos está com R$ 2 mil que não consegue usar. "Fui fazer uma compra no supermercado, tentar passar e simplesmente não aceitava mais. " Segundo as investigações, de 2019 a 2024, 982 milhões de reais do crime passaram por contas de pessoas físicas e jurídicas no BK Bank que atua como Fintech, empresa de tecnologia financeira. A justiça federal determinou o bloqueio e o sequestro de valores e bens da instituição. Nos últimos 5 anos o BK Bank participou de licitações públicas para fornecer, além do auxílio alimentação, cartões de benefícios sociais e meios eletrônicos de pagamento, como as maquininhas de cobrança. Atualmente a Fintech afirma ter 112 contratos ativos com órgãos públicos. Esses contratos não foram alvos da operação de agosto, que investigou apenas o esquema de lavagem de dinheiro. Mesmo assim, muitos governos e instituições públicas resolveram rever o negócio. Mato Grosso e Paraná, por exemplo, paralisaram as parcerias com o BK Bank em programas sociais. O mesmo fizeram as prefeituras de Betim, Ribeirão Preto e Birigui. O BK Bank ainda assinou contratos com os Correios, o Exército, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, nesses casos apenas para o fornecimento de maquininhas de pagamento. Em nota, o Senado Federal informou que, independentemente da investigação, já tinha iniciado o processo de contratação para substituir o atual contrato, uma vez que os prazos para a prorrogação já se esgotaram. O Exército abriu um processo para apurar se houve descumprimento do acordo que firmou com o Becabank. Os Correios informaram que suspenderam o contrato. Já a Câmara dos Deputados disse que abriu procedimento que pode romper com o contrato, porque o BK Bank suspendeu o serviço depois da operação. Os representantes do BK Bank não quiseram gravar entrevista. Em nota, por meio do Escritório de Defesa, a fintech disse que tem como prioridade assegurar o cumprimento das obrigações perante os órgãos públicos, estabelecimentos comerciais e beneficiários, que protocolou o pedido de liminar, buscando a liberação dos valores bloqueados, pois destinam-se ao repasse dos órgãos públicos e dos estabelecimentos comerciais e não poderiam sofrer constrição judicial. Sobre a relação com a Prefeitura de Uberaba, disse que as partes realizaram reuniões e o fluxo de pagamento está em processo de restabelecimento. Sobre a relação com a Prefeitura de Campo Mourão, disse que as transações estão normalizadas. Por fim, afirmou que é uma instituição idonea que exerce suas atividades com conformidade regulatória, com cumprimento às normas do Banco Central e que jamais anuiu com qualquer prática ou utilização indevida do sistema financeiro para operações irregulares. As fintechs surgiram no fim dos anos 1990 e se popularizaram ao ajudar milhões de brasileiros a acessar o sistema financeiro. O presidente da Associação Brasileira das Fintechs, que reúne quase 800 empresas, ressalta que o crime organizado tem se infiltrado em diversos setores da economia formal. Disse que as fintechs já estão colaborando com as autoridades e que elas têm as ferramentas disponíveis para ajudar ainda mais nesse combate. "Eu entendo que a atividade criminosa, ela ficou muito grande. Há atividade criminosa no mercado de combustíveis, no mercado imobiliário. Então as Fintechs, elas terem plataformas eletrônicas, digitais, com sistemas extremamente sofisticados, elas também podem servir como ferramenta para identificar a atividade criminosa cada vez mais rápido, punir esses artigos com cada vez mais velocidade e fazer uso intenso dessa tecnologia para também coibir o crime organizado no setor financeiro digital. "

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/09/13/banco-suspeito-de-lavar-dinheiro-para-o-pcc-prejudica-milhares-de-servidores-na-hora-de-usar-auxilio-alimentacao.ghtml


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